terça-feira, 31 de maio de 2016

VAMOS MORRER UM POUCO HOJE?


Por Adhilio Wictor

"Depois disse a todos: — Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe" (Lucas 9:23) 

Já imaginou receber um convite para morrer diariamente? Ou ainda, um convite a esquecer de tudo o que é importante pra você? Como seria acordar todas as manhãs e pensar que aquele poderia ser o dia em que sua vida chegaria ao fim?

Eu fico tentando entender como ficou a cabeça dos doze homens para os quais Jesus falou isso, eram doze homens que largaram tudo para seguir alguém que se dizia ser o Messias enviado por Deus. O próprio Jesus os haviam escolhidos (Lc. 6: 12-16), e agora eles descobrem que deveriam estar dispostos a abrir mão de sua própria vida para poder se tornar seguidor do Messias. Jesus não falou isso no meio da multidão, o texto de Lucas 9:18 mostra que ele estava sozinho e apenas seus discípulos chegaram perto dele.

Podemos entender então que para ser multidão não era necessário morrer, a multidão sempre foi abençoada por Jesus, foi ela a quem Ele alimentou com pães e peixes, nela diversas pessoas foram curados, até mortos do meio da multidão Jesus ressuscitou, mas o convite a abrir mão dos seus interesses pessoais, e se for preciso até morrer, foi feito apenas aos discípulos, e isso em um local reservado, onde só estava Jesus e os doze.

Será que esse convite foi só para os doze daquela época? Ou podemos aplica-lo para nossos dias? É tão comum vermos igrejas lotas e diversas pessoas sendo curadas de doenças, ou atrás de qualquer outro interesse pessoal, mas quando o desejo dessa multidão é saciado, eles retornam a suas casas, e os únicos que ficam são os discípulos, e é para eles que Jesus faz o convite de morte.

Lendo o texto mais adiante eu não vejo nenhum dos doze desistindo, pelo contrário, eles continuaram seguindo a Cristo. Ou seja, eles estavam dispostos a morrer, mesmo que um tenha traído e o outro tenha negado, a disposição perdurou por pelo menos três anos do ministério de Jesus.  

Hoje, Jesus é muito claro ao perguntar-nos o que queremos ser? Se multidão ou discípulo, a escolha é nossa, porém o requisito para isso é bem claro. Acredito que o autor George Bernard entendeu perfeitamente esse convite de Cristo, e por isso ele compôs a canção “A mensagem da Cruz”

“Levarei eu também minha cruz, até por uma coroa trocar”

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