domingo, 31 de maio de 2015

A antropologia brasileira e a banalização da vida: o infanticídio indígena - a omissão da intelectualidade

O infanticídio indígena não é uma questão de cultura, mas de falta de informação. E se essa informação não chega nas aldeias, é a sociedade brasileira que está falhando e se omitindo na sua responsabilidade com os povos indígenas.

Pensando e lendo sobre o infanticídio indígena em várias fontes, entendi o seguinte: 1. a cultura é dinâmica; 2. a cultura não é determinante; 3. a cultura precisa somar elementos positivos na vida de um grupo ou sociedade; 4. a cultura expressa a identidade de um grupo social, ou seja, é um identificador de hábitos, costumes, relacionamentos, enfim. 

Quando pessoas – antropólogos ou órgãos de um governo – determinam que não se pode interferir na prática do infanticídio indígena (por ser uma questão cultural, entendendo que os indígenas mesmos é têm que resolver essa questão), não estamos tratando de “respeito cultural”. Isso é banalização da vida, ou seja, omissão da intelectualidade e de órgãos oficiais. 

Digo isso por quê? Não somos uma cultura superior aos indígenas; somos uma cultura que tem mais informação. 

Se uma mãe indígena, assim como seus parentes, pudesse compreender que gêmeos não são uma aberração ou uma maldição (alguns grupos entendem que um é do bem e outro é um espírito do mal) ou se soubessem que existem tratamentos para seus filhos que nascem com alguma deformidade ou doença, não buscariam essa opção ao invés de matá-los? Há um peso e trauma sobre os pais indígenas, assim como em toda a tribo que sofre quando eles têm que tomar essa decisão. Não gostariam eles de se sentirem aliviados por não precisar mais se utilizarem dessa prática? Casos de gêmeos ou de deformações não são questão de cultura, mas de genética. O respeito à cultura requer, então, informação e esclarecimento por parte daqueles que detém o conhecimento científico. O respeito jamais justifica a omissão.

O infanticídio indígena não é uma questão de cultura, mas de falta de informação. Se essa informação não chega nas aldeias, é a sociedade brasileira que está falhando na sua responsabilidade com os povos indígenas.
A informação, assim como o conhecimento, quando têm por objetivo trazer melhores condições de vida a uma população, nunca “estragam” uma cultura, mas lhe dão possibilidades de se aperfeiçoar. Nós, na sociedade brasileira, estamos impedindo que o conhecimento chegue às tribos indígenas. Alegamos que estaríamos estragando ou adulterando a cultura indígena. Isso, na verdade, é um sofisma para justificar omissão e falta de interesse.
Voz igreja indígena

quinta-feira, 28 de maio de 2015

WORKSHOP "Missões e o Mundo Muçulmano"


No dia 30 de Maio você terá a oportunidade de participar do WORKSHOP "Missões e o Mundo Muçulmano" 

Venha saber qual é a sua Vocação!

Venha descobrir o que é o islamismo! Quem são os muçulmanos? 

IMPORTANTE: Todo dinheiro arrecadado será investido na obra missionária e no suporte aos cristãos perseguidos.

Haverá almoço e sorteio de brindes!!

Eis os temas:

09:00 às 09:30  Credenciamento e Apresentação

09:30 às 10:50  Vocação

10:50 às 12:10  Cosmovisão

12:10 às 13:30  Intervalo para almoço

13:30 às 14:00  Curta metragem sobre o Islã

14:00 às 15:20  Desmistificando o islamismo

15:20 às 16:40  Preparação de um missionário transcultural

16:40 às 18:00  A família no campo missionário

Inscrições através dos telefones: 
982086268 (zap) --> Daiane 
982281524 (zap) --> Carol 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A voz dos mártires cristãos

Os discípulos de Jesus gostavam de discutir entre si sobre qual deles seria o maior. Essa ambição egoísta e a consequente competição vergonhosa dos discípulos foram logo identificadas por Jesus. Assim, numa viagem, Jesus indagou-lhes: “De que é que vocês vinham tratando pelo caminho?” Eles não responderam. Mas, depois, tomaram coragem e lhe perguntaram: “Quem é, porventura, o maior no reino dos céus?”

Bem próximo deles estava um menino, que Jesus acolheu diante de todos. Num tom de voz suave e ao mesmo tempo firme, advertiu-os: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18.3).

Segundo a tradição, aquele garoto abraçado por Cristo (e posto em sua inocência como modelo do que é verdadeiramente grande) era Inácio, que viria a ser o Bispo de Antioquia. Inácio fora discípulo do apóstolo João. Contado como um dos mártires cristãos, foi devorado por feras no Coliseu romano, em 107 AD, por ordem do imperador Trajano.

Quando ouviu sua sentença, Inácio caiu de joelhos, ergueu seus olhos ao céu e bradou: “Oh, Senhor, agradeço-te por haver-me honrado com o mais precioso sinal de tua caridade, e permitido que eu seja acorrentado por teu amor”. Seu crime foi “carregar dentro de si Jesus crucificado”, confissão que fez diante do imperador romano.

Inácio provavelmente esteve presente na grande reunião antes da ascensão do Senhor Jesus, quando quinhentos irmãos na fé ouviram Jesus dizer: “Recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).

Não era sem razão que Jesus estava convidando os discípulos a darem suas vidas por Ele, tornando-se mártires de Sua causa. Isto porque a palavra testemunha, no grego, é martureo, de onde provém a palavra mártir.

Inácio foi uma fiel testemunha, um verdadeiro mártir, assim como muitos outros mortos por causa de sua fé em Cristo, os quais selaram seu testemunho com o próprio sangue.

O primeiro mártir cristão foi Estevão, apedrejado até a morte por amor a Jesus. Um jovem chamado Saulo consentiu no seu brutal assassinato (At 8.1). Muitos anos depois, esse mesmo Saulo, agora chamado de Paulo, considerado o maior de todos os apóstolos, foi ele próprio martirizado por amor a Cristo.

João Huss, antes de morrer queimado numa fogueira por causa de sua fé em Cristo, bradou: “Hoje vocês matam o ganso (huss), mas daqui a cem anos nascerá um cisne que não poderão matar”. Lutero, cujo significado é cisne, nasceu cem anos depois e promoveu a Reforma.

O Século XX despontou como “o século dos mártires”, pois em todo o mundo milhares de cristãos foram aprisionados, torturados e mortos por causa de sua fé. Dizem os especialistas que nesse século foram mortos mais cristãos do que em todos os anteriores.
Ainda hoje, no alvorecer do Século XXI, muitos cristãos têm morrido por causa de sua fé. No Brasil, ainda há perseguição aos servos de Jesus, seja nas brenhas do Amazonas, ou no sertão nordestino, quer em terras do sul e sudeste.

Na escola Columbine (Denver, Estados Unidos), dois jovens fortemente armados entraram numa classe e ordenaram que ficassem em pé os que criam em Deus. A adolescente Cassie Bernal, de 17 anos, ficou em pé. Eles perguntaram; “Você crê em Jesus?” Ela afirmou: “Sim, eu amo Jesus”. O atirador perguntou: “Por que?”. Antes que tivesse tempo de responder, ela foi morta com um tiro.

Recentemente, foi sentenciado à forca um pastor iraniano, simplesmente por ser cristão e pregar o Evangelho. Nas fotos divulgadas, ele aparece sorrindo, enquanto seus algozes estão circunspectos, lábios serrados. A certeza da vida eterna está estampada em seu sorriso, pois ele sabia que logo estaria com seu Senhor, e para todo o sempre.

Há relatos de que muitos cristãos, os quais foram recentemente decapitados por guerrilheiros do Estado Islâmico, mantinham-se orando e ostentavam um semblante sereno, mesmo em face da morte iminente. Eles sabiam que a morte não era o fim, e que estariam para sempre com seu Senhor.

Quando a cidade iraquiana de Tikrit caiu nas mãos do Estado Islâmico, uma família cristã recém-convertida teve a sua casa invadida pelos guerrilheiros jihadistas. Tudo o que eles precisavam fazer para salvar suas vidas era negar a Cristo e se converter ao Islã. O pai da família tinha combinado anteriormente com seus seis filhos que usaria esse expediente para salvá-los. 

Mas as crianças se anteciparam e disseram que amavam a Jesus e estavam dispostos a morrer por Ele, mas jamais negariam a sua fé. O pai, ao ver a intrepidez dos filhos, reafirmou a sua fé e decidiu também morrer junto com seus filhos. Foram fuzilados. Agora estão com o Senhor.

As lições que os mártires deixam é dupla: primeiro, é um lembrete de que a Causa de Jesus é indestrutível, pois a Igreja do Deus vivo não pode ser destruída, como Ele próprio afirmou: “Edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

Segundo, nos trazem estes eloquentes questionamentos: o nosso amor por Jesus é puro, a ponto de não o negarmos na hora da provação? A nossa fé em Cristo é firme, a ponto de não desistirmos de lutar? Estamos prontos para ser “martureos”, testemunhas, mártires?

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Cartilha Lei Maria da Penha 2015


SPMulheres deu a dica que a Cartilha Lei Maria da Penha 2015 já está disponível para download. A apostila traz informações sobre a Lei Maria da Penha, respostas para as dúvidas mais comuns e dicas sobre onde procurar ajuda ou como ajudar quem precisa de apoio. 

Procurar informações e buscar apoio são os primeiros passos para sair da situação de violência. Se liga na cartilha, ela é importante:  http://goo.gl/JQqeGj#CompartilheDireitos #HumanizaRedes

segunda-feira, 18 de maio de 2015

18 de Maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

18 de Maio de 1973, uma criança de 8 anos foi sequestrada, abusada e brutalmente assassinada no Espírito Santo. Seu corpo apareceu seis dias depois carbonizado e os seus agressores, jovens de classe média alta, nunca foram punidos. A data ficou instituída como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes” a partir da aprovação da Lei Federal nº. 9.970/2000. O “Caso Araceli”, como ficou conhecido, ocorreu há quase 40 anos, mas, infelizmente, situações absurdas como essa ainda se repetem.

O abuso sexual é uma das formas mais cruéis de maus-tratos infantis. porque, além de afetar fisicamente a criança, destrói o sentimento de confiança,proteção e afetividade.

Em caso de Abuso sexual, ou qualquer tipo de violência contra Crianças e Adolescentes procure o Conselho Tutelar ou disque 100 e denuncie, pois você estará contribuindo para que esse crime diminua e uma criança tenha sua vida protegida, não se cale! No dia 16 participei de um bate papo sobre este assunto com a rede de juventude da igreja católica e outros jovens de igrejas evangélicas da Terra Firme, foi muito bom ver que há união entre a juventude para combater esse mal que atinge as nossas crianças e adolescentes. Parabenizo a Priscila Ribeiro e a todos que estão envolvidos, e dia 23 de maio será a Marcha na Terra Firme. 
Lilian Ribeiro

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Pacto de Lausanne - 1974

INTRODUÇÃO
Nós, membros da Igreja de Jesus Cristo, procedentes de mais de 150 nações, participantes do Congresso Internacional de Evangelização Mundial, em Lausanne, louvamos a Deus por sua grande salvação, e regozijamo-nos com a comunhão que, por graça dele mesmo, podemos ter com ele e uns com os outros. Estamos profundamente tocados pelo que Deus vem fazendo em nossos dias, movidos ao arrependimento por nossos fracassos e desafiados pela tarefa inacabada da evangelização. Acreditamos que o evangelho são as boas novas de Deus para todo o mundo, e por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações. Desejamos, portanto, reafirmar a nossa fé e a nossa resolução, e tornar público o nosso pacto.
1. O Propósito de Deus
Afirmamos a nossa crença no único Deus eterno, Criador e Senhor do Mundo, Pai, Filho e Espírito Santo, que governa todas as coisas segundo o propósito da sua vontade. Ele tem chamado do mundo um povo para si, enviando-o novamente ao mundo como seus servos e testemunhas, para estender o seu reino, edificar o corpo de Cristo, e também para a glória do seu nome. Confessamos, envergonhados, que muitas vezes negamos o nosso chamado e falhamos em nossa missão, em razão de nos termos conformado ao mundo ou nos termos isolado demasiadamente. Contudo, regozijamo-nos com o fato de que, mesmo transportado em vasos de barro, o evangelho continua sendo um tesouro precioso. À tarefa de tornar esse tesouro conhecido, no poder do Espírito Santo, desejamos dedicar-nos novamente.
2. A Autoridade e o Poder da Bíblia
Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e autoridade das Escrituras tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, como única Palavra de Deus escrita, sem erro em tudo o que ela afirma, e a única regra infalível de fé e prática. Também afirmamos o poder da Palavra de Deus para cumprir o seu propósito de salvação. A mensagem da Bíblia destina-se a toda a humanidade, pois a revelação de Deus em Cristo e na Escritura é imutável. Através dela o Espírito Santo fala ainda hoje. Ele ilumina as mentes do povo de Deus em toda cultura, de modo a perceberem a sua verdade, de maneira sempre nova, com os próprios olhos, e assim revela a toda a igreja uma porção cada vez maior da multiforme sabedoria de Deus.
3. A Unicidade e a Universalidade de Cristo
Afirmamos que há um só Salvador e um só evangelho, embora exista uma ampla variedade de maneiras de se realizar a obra de evangelização. Reconhecemos que todos os homens têm algum conhecimento de Deus através da revelação geral de Deus na natureza. Mas negamos que tal conhecimento possa salvar, pois os homens, por sua injustiça, suprimem a verdade. Também rejeitamos, como depreciativo de Cristo e do evangelho, todo e qualquer tipo de sincretismo ou de diálogo cujo pressuposto seja o de que Cristo fala igualmente através de todas as religiões e ideologias. Jesus Cristo, sendo ele próprio o único Deus-homem, que se ofereceu a si mesmo como único resgate pelos pecadores, é o único mediador entre Deus e os homems. Não existe nenhum outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. Todos os homens estão perecendo por causa do pecado, mas Deus ama todos os homens, desejando que nenhum pereça, mas que todos se arrependam. Entretanto, os que rejeitam Cristo repudiam o gozo da salvação e condenam-se à separação eterna de Deus. Proclamar Jesus como "o Salvador do mundo" não é afirmar que todos os homens, automaticamente, ou ao final de tudo, serão salvos; e muito menos que todas as religiões ofereçam salvação em Cristo. Trata-se antes de proclamar o amor de Deus por um mundo de pecadores e convidar todos os homens a se entregarem a ele como Salvador e Senhor no sincero compromisso pessoal de arrependimento e fé. Jesus Cristo foi exaltado sobre todo e qualquer nome. Anelamos pelo dia em que todo joelho se dobrará diante dele e toda língua o confessará como Senhor.
4. A Natureza da Evangelização
Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, e de que, como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e crêem. A nossa presença cristã no mundo é indispensável à evangelização, e o mesmo se dá com aquele tipo de diálogo cujo propósito é ouvir com sensibilidade, a fim de compreender. Mas a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a vir a ele pessoalmente e, assim, se reconciliarem com Deus. Ao fazermos o convite do evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado. Jesus ainda convida todos os que queiram segui-lo e negarem-se a si mesmos, tomarem a cruz e identificarem-se com a sua nova comunidade. Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo.
5. A Responsabilidade Social Cristã
Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta.
6. A Igreja e a Evangelização
Afirmamos que Cristo envia o seu povo redimido ao mundo assim como o Pai o enviou, e que isso requer uma penetração de igual modo profunda e sacrificial. Precisamos deixar os nossos guetos eclesiásticos e penetrar na sociedade não-cristã. Na missão de serviço sacrificial da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. A igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho. Mas uma igreja que pregue a Cruz deve, ela própria, ser marcada pela Cruz. Ela torna-se uma pedra de tropeço para a evangelização quando trai o evangelho ou quando lhe falta uma fé viva em Deus, um amor genuíno pelas pessoas, ou uma honestidade escrupulosa em todas as coisas, inclusive em promoção e finanças. A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou político, nem com ideologias humanas.
7. Cooperação na Evangelização
Afirmamos que é propósito de Deus haver na igreja uma unidade visível de pensamento quanto à verdade. A evangelização também nos convoca à unidade, porque o ser um só corpo reforça o nosso testemunho, assim como a nossa desunião enfraquece o nosso evangelho de reconciliação. Reconhecemos, entretanto, que a unidade organizacional pode tomar muitas formas e não ativa necessariamente a evangelização. Contudo, nós, que partilhamos a mesma fé bíblica, devemos estar intimamente unidos na comunhão uns com os outros, nas obras e no testemunho. Confessamos que o nosso testemunho, algumas vezes, tem sido manchado por pecaminoso individualismo e desnecessária duplicação de esforço. Empenhamo-nos por encontrar uma unidade mais profunda na verdade, na adoração, na santidade e na missão. Instamos para que se apresse o desenvolvimento de uma cooperação regional e funcional para maior amplitude da missão da igreja, para o planejamento estratégico, para o encorajamento mútuo, e para o compartilhamento de recursos e de experiências.
8. Esforço Conjugado de Igrejas na Evangelização
Regozijamo-nos com o alvorecer de uma nova era missionária. O papel dominante das missões ocidentais está desaparecendo rapidamente. Deus está levantando das igrejas mais jovens um grande e novo recurso para a evangelização mundial, demonstrando assim que a responsabilidade de evangelizar pertence a todo o corpo de Cristo. Todas as igrejas, portando, devem perguntar a Deus, e a si próprias, o que deveriam estar fazendo tanto para alcançar suas próprias áreas como para enviar missionários a outras partes do mundo. Deve ser permanente o processo de reavaliação da nossa responsabilidade e atuação missionária. Assim, haverá um crescente esforço conjugado pelas igrejas, o que revelará com maior clareza o caráter universal da igreja de Cristo. Também agradecemos a Deus pela existência de instituições que laboram na tradução da Bíblia, na educação teológica, no uso dos meios de comunicação de massa, na literatura cristã, na evangelização, em missões, no avivamento de igrejas e em outros campos especializados. Elas também devem empenhar-se em constante auto-exame que as levem a uma avaliação correta de sua efetividade como parte da missão da igreja.
9. Urgência da Tarefa Evangelística
Mais de dois bilhões e setecentos milhões de pessoas, ou seja, mais de dois terços da humanidade, ainda estão por serem evangelizadas. Causa-nos vergonha ver tanta gente esquecida; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a igreja. Existe agora, entretanto, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes ao Senhor Jesus Cristo. Estamos convencidos de que esta é a ocasião para que as igrejas e as instituições para-eclesiásticas orem com seriedade pela salvação dos não-alcançados e se lancem em novos esforços para realizarem a evangelização mundial. A redução de missionários estrangeiros e de dinheiro num país evangelizado algumas vezes talvez seja necessária para facilitar o crescimento da igreja nacional em autonomia, e para liberar recursos para áreas ainda não evangelizadas. Deve haver um fluxo cada vez mais livre de missionários entre os seis continentes num espírito de abnegação e prontidão em servir. O alvo deve ser o de conseguir por todos os meios possíveis e no menor espaço de tempo, que toda pessoa tenha a oportunidade de ouvir, de compreender e de receber as boas novas. Não podemos esperar atingir esse alvo sem sacrifício. Todos nós estamos chocados com a pobreza de milhões de pessoas, e conturbados pelas injustiças que a provocam. Aqueles dentre nós que vivem em meio à opulência aceitam como obrigação sua desenvolver um estilo de vida simples a fim de contribuir mais generosamente tanto para aliviar os necessitados como para a evangelização deles.
10. Evangelização e Cultura
O desenvolvimento de estratégias para a evangelização mundial requer metodologia nova e criativa. Com a bênção de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas profundamente enraizadas em Cristo e estreitamente relacionadas com a cultura local. A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de uma cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas. As missões muitas vezes têm exportado, juntamente com o evangelho, uma cultura estranha, e as igrejas, por vezes, têm ficado submissas aos ditames de uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas têm de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus.
11. Educação e Liderança
Confessamos que às vezes temos nos empenhado em conseguir o crescimento numérico da igreja em detrimento do espiritual, divorciando a evangelização da edificação dos crentes. Também reconhecemos que algumas de nossas missões têm sido muito remissas em treinar e incentivar líderes nacionais a assumirem suas justas responsabilidades. Contudo, apoiamos integralmente os princípios que regem a formação de uma igreja de fato nacional, e ardentemente desejamos que toda a igreja tenha líderes nacionais que manifestem um estilo cristão de liderança não em termos de domínio, mas de serviço. Reconhecemos que há uma grande necessidade de desenvolver a educação teológica, especialmente para líderes eclesiáticos. Em toda nação e em toda cultura deve haver um eficiente programa de treinamento para pastores e leigos em doutrina, em discipulado, em evangelização, em edificação e em serviço. Este treinamento não deve depender de uma metodologia estereotipada, mas deve se desenvolver a partir de iniciativas locais criativas, de acordo com os padrões bíblicos.
12. Conflito EspiritualCremos que estamos empenhados num permanente conflito espiritual com os principados e postestades do mal, que querem destruir a igreja e frustrar sua tarefa de evangelização mundial. Sabemos da necessidade de nos revestirmos da armadura de Deus e combater esta batalha com as armas espirituais da verdade e da oração. Pois percebemos a atividade no nosso inimigo, não somente nas falsas ideologias fora da igreja, mas também dentro dela em falsos evangelhos que torcem as Escrituras e colocam o homem no lugar de Deus. Precisamos tanto de vigilância como de discernimento para salvaguardar o evangelho bíblico. Reconhecemos que nós mesmos não somos imunes à aceitação do mundanismo em nossos atos e ações, ou seja, ao perigo de capitularmos ao secularismo. Por exemplo, embora tendo à nossa disposição pesquisas bem preparadas, valiosas, sobre o crescimento da igreja, tanto no sentido numérico como espiritual, às vezes não as temos utilizado. Por outro lado, por vezes tem acontecido que, na ânsia de conseguir resultados para o evangelho, temos comprometido a nossa mensagem, temos manipulado os nossos ouvintes com técnicas de pressão, e temos estado excessivamente preocupados com as estatísticas, e até mesmo utilizando-as de forma desonesta. Tudo isto é mundano. A igreja deve estar no mundo; o mundo não deve estar na igreja.
13. Liberdade e Perseguição
É dever de toda nação, dever que foi estabelecido por Deus, assegurar condições de paz, de justiça e de liberdade em que a igreja possa obedecer a Deus, servir a Cristo Senhor e pregar o evangelho sem quaisquer interferências. Portanto, oramos pelos líderes das nações e com eles instamos para que garantam a liberdade de pensamento e de consciência, e a liberdade de praticar e propagar a religião, de acordo com a vontade de Deus, e com o que vem expresso na Declaração Universal do Direitos Humanos. Também expressamos nossa profunda preocupação com todos os que têm sido injustamente encarcerados, especialmente com nossos irmãos que estão sofrendo por causa do seu testemunho do Senhor Jesus. Prometemos orar e trabalhar pela libertação deles. Ao mesmo tempo, recusamo-nos a ser intimidados por sua situação. Com a ajuda de Deus, nós também procuraremos nos opor a toda injustiça e permanecer fiéis ao evangelho, seja a que custo for. Nós não nos esquecemos de que Jesus nos previniu de que a perseguição é inevitável.
14. O Poder do Espírito Santo
Cremos no poder do Espírito Santo. O pai enviou o seu Espírito para dar testemunho do seu Filho. Sem o testemunho dele o nosso seria em vão. Convicção de pecado, fé em Cristo, novo nascimento cristão, é tudo obra dele. De mais a mais, o Espírito Santo é um Espírito missionário, de maneira que a evangelização deve surgir espontaneamente numa igreja cheia do Espírito. A igreja que não é missionária contradiz a si mesma e debela o Espírito. A evangelização mundial só se tornará realidade quando o Espírito renovar a igreja na verdade, na sabedoria, na fé, na santidade, no amor e no poder. Portanto, instamos com todos os cristãos para que orem pedindo pela visita do soberano Espírito de Deus, a fim de que o seu fruto todo apareça em todo o seu povo, e que todos os seus dons enriqueçam o corpo de Cristo. Só então a igreja inteira se tornará um instrumento adequado em Suas mãos, para que toda a terra ouça a Sua voz.
15. O Retorno de Cristo
Cremos que Jesus Cristo voltará pessoal e visivelmente, em poder e glória, para consumar a salvação e o juízo. Esta promessa de sua vinda é um estímulo ainda maior à evangelização, pois lembramo-nos de que ele disse que o evangelho deve ser primeiramente pregado a todas as nações. Acreditamos que o período que vai desde a ascensão de Cristo até o seu retorno será preenchido com a missão do povo de Deus, que não pode parar esta obra antes do Fim. Também nos lembramos da sua advertência de que falsos cristos e falsos profetas apareceriam como precursores do Anticristo. Portanto, rejeitamos como sendo apenas um sonho da vaidade humana a idéia de que o homem possa algum dia construir uma utopia na terra. A nossa confiança cristã é a de que Deus aperfeiçoará o seu reino, e aguardamos ansiosamente esse dia, e o novo céu e a nova terra em que a justiça habitará e Deus reinará para sempre. Enquanto isso, rededicamo-nos ao serviço de Cristo e dos homens em alegre submissão à sua autoridade sobre a totalidade de nossas vidas.
CONCLUSÃOPortanto, à luz desta nossa fé e resolução, firmamos um pacto solene com Deus, bem como uns com os outros, de orar, planejar e trabalhar juntos pela evangelização de todo o mundo. Instamos com outros para que se juntem a nós. Que Deus nos ajude por sua graça e para a sua glória a sermos fiéis a este Pacto! Amém. Aleluia!
[Lausanne, Suíça, 1974]

domingo, 10 de maio de 2015

#SacaSó Pedofilia (Criança Brinca, mas não é Brinquedo) - dia 09/05 as 17h


Esta 3ª edição do #SacaSó vem com uma temática bem diferente dos outros (1º Namoro; 2º Apocalipse). Em primeiro lugar pelo fato de ser um tema que talvez "não haja perguntas diretas", ou pela grande barreira em fazer uma pergunta (a vitima de abuso não quer, nem deve, se expor) ou talvez por ser um tabu que muitas igrejas não querem quebrar.   

“Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados.” Provérbios 31: 8

"...é dever da sociedade assegurar a criança como prioridade absoluta".  ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)

Dia 18 de Maio é o dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Observamos que o descaso de algumas famílias, de algumas igrejas e do poder público precisam ser questionados e sensibilizados a se manifestarem em favor das crianças e dos adolescentes vitimizados. Não podemos nos calar sabendo que existem tantos casos dentro de nossas igrejas, se assim fizermos estaremos negligenciando o texto bíblico acima e também o ECA.

No dia 09 de Maio na igreja Assembleia de Deus - congregação da Senador Lemos que fica localizada na Av. Senador Lemos entre Mauriti e Pass. das Flores, estaremos esclarecendo e discutindo sobre "Pedofilia" com pessoas que tem conhecimento na área. Venha Conhecer mais sobre esse assunto!

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Culto de Missões AD Itororó - No domingo agora, dia 10/05 as 18h Presença do Miss. Robson Oliveira (India)

Olha quem está chegando em Belém!! Nossa querido Pr. Robson Oliveira e vai dar a palavra na próxima quinta, dia 07 de maio a partir das 19 hs na jocum Belém. 

No domingo agora, dia 10, na AD Itororó, quem puder venha, as 18h. Então se prepare para participar desses momento que tenho certeza que vai ser benção! 

Venha saber mais sobre o trabalho que está sendo feito na Índia! Que Deus te abençoe!


sábado, 2 de maio de 2015

“sal da (para) terra” (Mt 5:13).

Analisando exegeticamente este versículo chegaremos a uma conclusão no mínimo espantosa. Vejamos: 

O sal, referindo-se provavelmente ao cloreto de sódio retirado de perto do Mar Morto, um pó branco que muitas vezes permanecia misturado a outros produtos, era conhecido de qualquer um dos ouvintes de Jesus. Fala-se muito das propriedades preservadoras do sal ou mesmo da função de dar sabor às comidas. O contexto da análise linguística, porém, sugere que antes de qualquer coisa se deve levar em conta a “propriedade estimulante do sal, como fertilizante. Esta ideia é mais edificante do que atrasar a putrefação. Jesus não veio para evitar que o mundo entrasse em putrefação, mas, sim, para salvá-lo (Jo 3: 17) e dar vida em abundância” (DITNT, 1983, p. 332-338). Encontramos ainda que o sal deve ser encarado aqui como “condimento que tem a função de ressaltar a qualidade do alimento ou do solo” (1983, p. 332-338). 

A melhor tradução da frase seria, portanto: “Vós sois o sal para a terra”, pois a terra (tes ges – grego Koinê) está como genitivo objetivo indicando que o sal da questão deve ser pensado como propriedade para a terra. A palavra terra (ge) aqui empregada denota mais a questão geográfica do que política e geralmente é utilizada para distinguir o céu (ouranos) da terra (ge), obviamente diferente de mundo (kosmos) onde a ênfase são as pessoas, ou o lugar de habitação delas, num significado mais religioso ou filosófico. 

Juan Mateos argumenta que moiranô (falando sobre o sal se tornar insosso) refere-se a Mateus 7:26, principalmente na questão de ser néscio aquele que ouve as palavras de Jesus e não as pratica. Assim, “a comunidade que em sua prática trai a mensagem não tem nenhuma razão de existir” (1983, p. 62-63). 

Orlando Boyer diz que Jesus “proferiu estas palavras afastado das multidões (cf Mt 5:1), mas com o alvo de abençoá-los por intermédio daqueles a quem ensinava” (1970, p. 84), seus discípulos. 

Sendo que Deus tem a sua missão (reinar soberano e absoluto, conforme a tríplice missão em Apocalipse) e tem um povo da Missão, seus discípulos, desde o princípio, quer seja na criação, no mandato cultural, nas alianças, no chamado de Abraão, na vinda de Jesus, na formação da Igreja ele continua querendo a mesma coisa: que nós, os que foram separados por ele e para ele e que somos constituídos de material diferente da terra que nos cerca (o sal é uma substância diferente da terra) precisamos exercer a função de salgar a terra, abençoando e não apenas dando sabor, ou preservando-a da podridão. É necessário ser mais positivo no alcance do sal para a terra, pois o que está implícito no texto é justamente a produção de vida que depende da utilização do sal corretamente, sem sujeiras que possam desqualificá-lo.  

Então, ser sal para a terra tem uma resignificação a ser feita: ser sal é ser mais que um pregador, é ser mais que um defensor da sã doutrina, é ser mais que um apologista de Deus, é ser mais que um denunciador profético dos males e corrupções do mundo, é ser mais, muito mais; é ser alguém comprometido com o Reino de Deus de maneira que as ações de salgar a terra perpassem a nossa própria conduta como servos do Reino e nossas ações sejam inclusivas e não exclusivas. É ser ativo no compromisso com a restauração da vida e não somente com a pregação de um evangelho alienante que só faz sentido dentro das quatro paredes das igrejas. É enxergar os sinais do reino de Deus, dentro e fora da igreja e persegui-los, e quando os alcançar promovê-los para que o Reino de Deus seja ampliado e as bênçãos deste reino alcancem o que Deus planejou alcançar deste o princípio: toda a sua criação sendo restaurada para a glória dele mesmo. Estas atitudes pressupõem para nós mais que simplesmente pregar o evangelho falando às pessoas ou ações/assistências sociais.


(parte integrante do livro “Missão Urbana Transformadora” – Gedeon J Lidório Jr e outros)