quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Pastor negocia a rendição dos traficantes do Alemão


Partiu de um pastor a ideia de se propor rendição por parte dos traficantes escondidos no Complexo do Alemão. A princípio, muitos acharam uma proposta meramente romântica. Porém, era a única capaz de evitar que o episódio terminasse com um banho de sangue.

O Pr. Antonio Carlos Costa é pastor da Igreja Presbiteriana da Barra, e presidente da ONG "Rio de Paz". Leia aqui a proposta de rendição do Rio da Paz.

Coube à José Júnior, coordenador do AfroReggae, acompanhado de amigos, incluindo um pastor chamado Rogério, ir ao encontro do traficantes para propor-lhes a rendição.

Acabo de ler no Jornal "O Globo" que a rendição já começou, e um dos que se entregaram foi Diego Raimundo da Silva dos Santos, vulgo Mister M, braço direito do chefe do tráfico do Alemão, Luciano Martiniano da Silva, vulgo Pezão.  Mister M é acusado de ter participado da morte de Antônio Ferreira, o Tota, que controlava o tráfico na favela em 2008. Segundo o Jornal O DIA, dezesseis bandidos acabam de se render sem armas.

Agradeço a Deus por homens como o Rev. Antonio Carlos e o Pr. Rogério, que tiveram a sensibilidade necessária para intervir na situação com proposta e ação concretas. O Rev. Antonio tem promovido muitos manifestos contra a violência que impera em nossa cidade, porém sabe que tais manifestos só teriam alguma eficácia se seguidos de ações efetivas.

Fiquei esperando que alguém tivesse a ideia de chamar algum pastor exorcista para tentar resolver o problema lançando o paletó ungido de algum helicóptero, ou que algum outro pastor promovesse ATOS PROFÉTICOS insanos que ridicularizassem ainda mais a fé evangélica. Graças a Deus até o momento, que eu saiba, ninguém lançou mão de tais 'armas espirituais'.

Oro e torço para que estes traficantes não apenas se rendam à polícia, mas sobretudo, se rendam ao amor de Cristo.

Só espero que esta rendição não seja uma estratégia do tipo "boi de piranha", para distrair as autoridades enquanto outros escapam ilesos.
Hermes C. Fernandes

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